O labirinto do fauno
É um primor para os olhos e para os amantes de boas histórias. A pequena protagonista Ofélia interpretada por Ivana Baquero - encantadora - imerge numa aventura sombria e fantástica em meio à mudança de sua família para um acampamento militar onde seu padrasto – Sergi López, excelente - comanda tropas contra anarquistas e republicanos. A fotografia é escura, mas carregada de um tom infantil que dá aspectos de conto de fadas ao filme e, por se passar durante a Guerra Civil Espanhola, esse clima ganha um significado ainda mais poderoso, levando a reflexões sobre o papel fundamental da fantasia e da magia que cada um inventa para si. Dirigido por Guillermo Del Toro, O labirinto do Fauno já pode ser considerado um clássico do cinema hispânico – a produção é mexicana e espanhola.
A companhia dos lobos
Bem antes de A Garota da Capa Vermelha e da saga Crepúsculo desfilarem insossas por aí, as interações entre branquelas e seres da noite já existiam. Exatamente em 1984, uma certa chapeuzinho já se engraçava para criaturas míticas noturnas. A companhia dos lobos, filme inglês dirigido por Neil Jordan em 1984 se desenrola basicamente a partir da clássica história da chapeuzinho vermelho, a diferença é que o lobo é substituído por um lobisomem e Rosaleen, a moça indefesa da vez, é uma garota de 14 anos que não teme o encontro entre o humano e o selvagem, se é que vocês entendem. O longa é repleto de flashbacks interessantes e a alegoria que permeia o filme é da puberdade e sua semelhança com a transformação do lobisomem – que é por sinal bem interessante, apesar dos efeitos ultrapassarem o limite da tosquice – e há uma indistinção entre o que é real e o que não é, um fato que pode deixar boiando aqueles que não tem muita paciência com filmes. O final é ótimo.
Juno
A trama da menina grávida aos 16 anos que ganhou o mundo graças às tantas indicações ao Oscar é a dose adolescente desse post. O filme é de um colorido musical, leve e inteligente. Tudo é muito bem acertado, a trilha sonora alternativa tingida de folk, punk rock e gaitas sulistas, a fotografia sensível e viva, a abertura linda feita como se fosse um esboço de stop-motion, e a presença encantadora de Ellen Page, que saltou de seu primeiro papel importante diretamente para uma indicação ao Oscar. A cena final – extremamente romântica e bonitinha – é um exemplo de como se fazer um filme adolescente sem apelar para os clichês, os caminhos fáceis, e ainda sim falar a língua do seu público. É um filme modesto, de produção independente, que sofreu a repercussão que sofreu por conta de sua inegável capacidade de ser adorável.
P.S.: Não sei porque ficou esse diacho desse quadro branco aí, mas....
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